A Nova Direita do Brasil
O principal benefício que os
protestos trouxeram para a prática é a discussão política. Pode ser que ainda
vejamos novos desdobramentos, com novas perspectivas. Mas isso por sí só já é
um grande benefício. Com o despertar politico do brasileiro surgem diversos
questionamentos em relação aos modelos de política existentes.
Sendo assim, gostaria de propor
uma nova visão sobre a vertente política de direita no país. Hoje como
oposição, a direita perde sua força. Não há um só partido político consolidado
que defenda uma agenda baseada nesta ideologia. Capaz de ser eleito.
É sabido que há um certo trauma
quando se fala deste assunto, pois lembra-se da recente ditadura militar, os
chamados anos de ferro no Brasil.
Mas hoje há espaço para uma nova
direita, fundamentada na liberdade individual. Na liberdade de expressão. Essa
vertente é partidária do Estado Laico. Onde a religião não deve interferir nos
assuntos do estado. Veja bem, não significa um estado Ateu, que não respeite as
religiões. Mas sim que as decisões sejam tomadas de forma a estar isenta da
influência das diversas religiões. Ou seja um candidato pode professar uma
religião, mas não enquanto é político. Ele pode desenvolver sua espiritualidade
no seu tempo vago. O que é um direito de todo cidadão.
Hoje com as redes sociais, não há
mais espaço para a manipulação da população, em questão de minutos qualquer
assunto pode ser divulgado a nível mundial. O eleitor não aceita mais qualquer
coisa. Qualquer coisa não serve mais. Queremos que seja feito o melhor possível
sempre.
Essa direita deve ser
progressista, não conservadora e não
dogmática. Ela deve ser flexível. Acima de tudo liberal no plano político
também. Assuntos como a regulação das drogas, do aborto e casamento de pessoas
do mesmo sexo devem entrar na pauta e serem encarados seriamente. Eles devem
ser analisados com pragmatismo e sobre o prisma das mais eficientes práticas
adotadas por diversos países no mundo. Pois estes são assuntos que dizem
respeito somente as liberdades individuais. E o estado não deveria ter o poder
de interferir nestas questões. Ele deve decidir a favor do todo e não do
individuo. A nova direita deve ter sua orientação econômica caracteristica. Mas
ela não pode ser só isso. Pois é importante ter a visão do todo. A economia é
um reflexo de diferentes politicas.
Outra questão a ser defendida é o
investimento sério em infraestrutura. Sem isso não há mudança. O Brasil precisa
de investimentos pesados em mobilidade urbana, diversos modais de transporte(
não somente rodoviário), investimentos qualitativos em saúde e principalmente
em educação. Essa é a tecla deve ser batida insistentemente para que
continuemos a ser o país do futuro. E falando nisso, a pauta ambiental deve ser
considerada de extrema relevância. Afinal não há sustentabilidade econômica em
um modelo que não leva em consideração a manutenção e preservação dos recursos
humanos e ambientais.
Uma redução significativa no
poder do estado em decidir sobre o conteúdo da educação e também sobre as
decisões individuais ( que impliquem
somente ao indíviduo que as toma) se faz nescessária. Isso deve ocorrer de
maneira objetiva, de modo a aumentar a eficiência dos investimentos públicos e
a qualidade na tomadas de decisões. Isso só é possível com a aplicação de
governança corporativa e as melhores práticas de gestão, devidamente aplicadas
a nossa realidade. Mas o estado não é uma empresa, não não é. Mas pode se
aproveitar do conhecimento técnico nesta área dos gestores na hora de
solucionar os problemas. Com isso reduzir significativamente os impostos, para
que a iniciativa privada seja o motor da economia. E não o governo.
by Gustavo Severo Faria